Especialistas dizem que júris
são decididos 'nos detalhes'
Juristas e advogados acreditam que tudo pode mudar durante julgamento. Mesmo em casos de repercussão, como a morte de Isabella Nardoni.
Plenário onde ocorrerá o julgamento
dos acusadosda morte de
Isabella Nardoni
Apesar da grande divulgação da morte de Isabella Nardoni, especialistas ouvidos pelo
G1 acreditam que a percepção dos jurados sobre o crime pode mudar durante o julgamento dos acusados, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, marcado para começar nesta segunda-feira (22) no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. Ou seja, nada está definido até a conclusão do conselho de sentença. “Um detalhe pode mudar tudo”, afirma o jurista Luiz Flávio Gomes, especialista em direito penal.Para Gomes, os jurados podem até entrar com uma opinião sobre o caso, mas a oratória de defesa e acusação pode alterá-la. “O decisivo é a comunicação e a oratória das partes. A parte que conseguir ser mais convincente e transmitir mais confiança aos jurados ganha. E, por isso, o promotor e a defesa precisam trabalhar as provas. Uma testemunha pode trazer um dado novo que muda o rumo completamente”, acredita o jurista.
O especialista acredita que o jurado teme não tomar a decisão correta. “O jurado morre de medo de condenar inocente”, afirma. O advogado Mauro Otávio Nacif também defende que o jurado assume um “compromisso com a consciência”. “Eu entendo que a mídia e as reportagens influenciam o povo comum, mas não aquele cidadão que prestou um juramento, que é o jurado, e que tem um compromisso com a consciência”, diz. Nacif foi o advogado de defesa da Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, durante o julgamento ocorrido em julho de 2006. Ele teve que desenvolver a estratégia de defesa também em um crime de grande repercussão nacional. Mas o advogado acredita que a maneira de o defensor trabalhar nos dois casos é muito distinta. “É completamente diferente, a Suzane tinha confessado, esse casal negou [o crime]. A maneira de defender é completamente diferente. A dúvida favorece o réu.” O advogado não acredita que, em casos como esses, os jurados entrem com uma opinião completamente formada. “Eles não vão entrar com a cabeça formada. Ele entra com a cabeça formada no corredor, no elevador. Depois de prestar o compromisso, tudo muda”, diz. “É muito fácil julgar um réu na padaria, na faculdade ou na esquina. Cada um fala o que quer de uma maneira completamente descompromissada. Porém, no dia do julgamento, existe o juramento perante as leis e a consciência.” O criminalista Sergei Arbex Cobra, secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), diz que os jurados sabem que “têm que condenar com base nas provas”. “Quando você assume aquele compromisso, começa a entrar no processo e a responsabilidade pesa, e muito”, afirma. Por isso, segundo ele, “uma argumentação forte pode mudar o pensamento”. “O júri é o maior momento do advogado criminal, onde você tem mais liberdade. Um detalhe pode acabar com o júri, uma fala sua errada.”
Entenda como funciona
o Tribunal do Júri
Julgamento do casal Nardoni começa nesta segunda-feira (22).
Sete entre 40 jurados sorteados irão compor conselho de sentença.
O julgamento do casal Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, acusados da morte de Isabella Nardoni, começa nesta segunda-feira (22) no 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. O júri popular é previsto em crimes contra a vida, como homicídio, tentativa de homicídio e auxílio ao suicídio. Nele, cidadãos comuns escolhidos por sorteio decidem se os réus são culpados ou inocentes.
Apesar de o Código de Processo Penal prever que 25 jurados devem ser sorteados para estarem presentes no dia marcado para o júri, serão 40 no caso do julgamento do casal Nardoni. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) diz que foram sorteados 15 a mais por garantia. Desses, 23 são mulheres e 17, homens. Os integrantes do júri precisam ter mais de 18 anos, nenhum antecedente criminal e morar na cidade de São Paulo.
Apenas sete jurados irão compor o conselho de sentença. O sorteio ocorre no dia do julgamento. A defesa e acusação têm o direito de, cada uma, recusar três jurados sorteados. Depois da escolha, os outros jurados presentes são dispensados. Durante os dias de julgamento – estão previstos até cinco – os integrantes do conselho ficam incomunicáveis. Eles irão dormir e fazer as refeições dentro do Fórum de Santana.
A lei 11.689, de junho de 2008, fez algumas alterações no Código de Processo Penal. Agora, o interrogatório dos réus é feito após o depoimento das testemunhas. Até então, os acusados do crime eram ouvidos primeiro. Isso foi feito, segundo os juristas, para garantir a ampla defesa dos réus. Com a mudança, o julgamento segue a seguinte ordem:
- Sorteio dos jurados: sete são sorteados, entre 40 possíveis. O promotor e o advogado de defesa podem negar, sem justificativa, três jurados cada.
- Depoimento das testemunhas: primeiro são ouvidas as arroladas pela acusação, depois as da defesa.
- Leitura de peças: trechos do processo, como provas recolhidas por carta precatória.
- Interrogatórios dos réus: acusados do crime respondem a perguntas de defesa e acusação (os jurados também podem fazer questionamentos, por intermédio do juiz).
- Debates: são disponibilizadas duas horas e meia para os argumentos da acusação e o mesmo para a defesa. Depois, há duas horas de réplica e o tempo igual de tréplica.
- Voto em sala secreta: jurados vão até a sala secreta e respondem a quesitos estabelecidos pelo juiz. Depois, o magistrado formula e lê a sentença.
Testemunha do casal Nardoni
não é localizada
e julgamento pode ser adiado
Defesa decidirá sobre pedido no dia 22.
Pedreiro que deu entrevista a jornal sobre invasão a edifício não é achado.
Faltando apenas três dias para o julgamento do casal Nardoni, acusado de matar a menina Isabella em 2008, uma das testemunhas arroladas pela defesa dos réus ainda não foi localizada e o júri corre o risco de ser adiado. Trata-se do pedreiro Gabriel Santos Neto, que teve entrevista publicada no jornal 'Folha de S. Paulo' afirmando que um ladrão arrombou uma obra vizinha ao prédio onde a menina caiu. Essa versão se encaixa com a defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. O casal alega inocência e sustenta que uma terceira pessoa matou Isabella. Mas, em 2009, o trabalhador negou a história à Justiça.
Caso o pedreiro não compareça na próxima segunda-feira (22) ao Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, o júri poderá ser adiado, segundo especialista ouvido pelo G1. Para isso, aos advogados de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá terão de entrar com um recurso alegando cerceamento de defesa e o juiz Maurício Fossen concordar com esse pedido.
Procurado na quarta-feira (17), o advogado Roberto Podval, que defende os Nardoni, confirmou que o pedreiro ainda não foi localizado por um oficial de justiça. Apesar disso, ele não quis adiantar se vai entrar ou não com um novo pedido de adiamento do júri por esse motivo. “Vamos resolver isso só no dia do júri”, disse Podval por telefone.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, nenhum pedido foi encaminhado ao TJ pedindo o adiamento do julgamento por causa da ausência de testemunha até esta quinta-feira (18). O promotor Francisco Cembranelli, responsável por denunciar o casal à Justiça, também não foi localizado para comentar o assunto.
Especialista
Para o advogado Ademar Gomes, presidente da Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), o advogado do casal Nardoni pode até pedir o adiamento, mas ele dependerá da decisão do juiz.
“Ele tem direito de requerer em recurso de cerceamento de defesa e pedir o adiamento porque não encontraram o pedreiro, mas a Justiça não tem culpa. Caso a testemunha não compareça, o juiz irá chamar o advogado para saber se a defesa quer substituir a testemunha, se quer mantê-la ou indicar onde está testemunha e se quer uma diligência”, disse o presidente da Acrimesp. “O juiz poderá então adiar o júri até achar a testemunha ou começar o júri sem a testemunha. Caberá a ele decidir.”
De acordo com Gomes, se essa testemunha não for achada até a data da sentença do juiz e o casal acabar condenado, o advogado de defesa também poderá entrar com um pedido solicitando a anulação do julgamento. "Ele poderia alegar que uma testemunha importante para o processo não foi localizada mas precisa ser ouvida", disse Gomes.
Além da ausência do pedreiro Gabriel dos Santos Neto, a defesa do casal Nardoni também não deverá contar com o ex-advogado de Alexandre e Jatobá, Rogério Neres. Ele havia sido arrolado como uma das testemunhas da defesa, mas pediu dispensa do júri. O pedido foi aceito por Podval e falta ser acolhido pelo juiz.
Pais deixam presídio
após visita
a Alexandre Nardoni
no interior de SP
Pai de Isabella deverá ser julgado nesta segunda-feira em SP.
Família Nardoni usa camiseta com mensagem sobre inocência.
Mãe de Alexandre Nardoni,
pai de Isabella,
exibe camiseta na qual diz que filho é inocente
Os pais de Alexandre Nardoni deixaram a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo, por volta das 16h20 desse domingo (21). Eles chegaram para uma visita ao filho por volta das 9h45 da manhã.
Ficaram cerca de seis horas e meia dentro da penitenciária. Os dois entraram com sacolas com mantimentos e usavam camisetas com as inscrições: "Casal Nardoni inocente! Justiça! A verdade prevalecerá!". Na foto estampada, o pai e a madrasta de Isabella estão sorridentes ao lado da menina e dois filhos do casal.
O julgamento de Nardoni e de sua mulher, Anna Carolina Jatobá está marcado para esta segunda-feira (22) no 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo.
O júri popular que começa nesta segunda-feira é previsto em crimes contra a vida, como homicídio, tentativa de homicídio e auxílio ao suicídio. Nele, cidadãos comuns escolhidos por sorteio decidem se os réus são culpados ou inocentes.
Apesar de o Código de Processo Penal prever que 25 jurados devem ser sorteados para estarem presentes no dia marcado para o júri, serão 40 no caso do julgamento do casal Nardoni. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) diz que foram sorteados 15 a mais por garantia. Desses, 23 são mulheres e 17, homens. Os integrantes do júri precisam ter mais de 18 anos, nenhum antecedente criminal e morar na cidade de São Paulo.
Apenas sete jurados irão compor o conselho de sentença. O sorteio ocorre no dia do julgamento. A defesa e acusação têm o direito de, cada uma, recusar três jurados sorteados. Depois da escolha, os outros jurados presentes são dispensados. Durante os dias de julgamento – estão previstos até cinco – os integrantes do conselho ficam incomunicáveis. Eles irão dormir e fazer as refeições dentro do Fórum de Santana.
A lei 11.689, de junho de 2008, fez algumas alterações no Código de Processo Penal. Agora, o interrogatório dos réus é feito após o depoimento das testemunhas. Até então, os acusados do crime eram ouvidos primeiro. Isso foi feito, segundo os juristas, para garantir a ampla defesa dos réus. Com a mudança, o julgamento segue a seguinte ordem:
- Sorteio dos jurados: sete são sorteados, entre 40 possíveis. O promotor e o advogado de defesa podem negar, sem justificativa, três jurados cada.
- Depoimento das testemunhas: primeiro são ouvidas as arroladas pela acusação, depois as da defesa.
- Leitura de peças: trechos do processo, como provas recolhidas por carta precatória.
- Interrogatórios dos réus: acusados do crime respondem a perguntas de defesa e acusação (os jurados também podem fazer questionamentos, por intermédio do juiz).
- Debates: são disponibilizadas duas horas e meia para os argumentos da acusação e o mesmo para a defesa. Depois, há duas horas de réplica e o tempo igual de tréplica.
- Voto em sala secreta: jurados vão até a sala secreta e respondem a quesitos estabelecidos pelo juiz. Depois, o magistrado formula e lê a sentença.
25 de março de 2010 às 19:20 Anna Jatobá diz que
não tinha fralda no carro
Anna Jatobá afirmou ao júri nesta quinta-feira (25) que não tinha fralda no carro quando o casal, os filhos e Isabella voltavam do supermercado para o Edifício London, na noite do crime. “Queria deixar uma coisa bem clara: não tinha fralda nenhuma no carro. A bolsa dos meninos estava no porta-malas do carro, afirmou.” Leia aqui reportagem sobre o interrogatório de Anna Jatobá.
25 de março de 2010 às 19:16 ‘Nunca fui violenta’,
diz Anna Jatobá
A ré Anna Carolina Jatobá disse na noite desta quinta-feira (25), durante interrogatório no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, que não é uma pessoa violenta. “Eu nunca bati em ninguém. Nunca fui violenta.” Ela contou que antes do filho mais velho nascer, ela e Alexandre brigavam muito. “Depois de ter meu filho, amadureci”, contou.
] 25 de março de 2010 às 19:15 Jatobá responde
‘Não me recordo’
a várias perguntas
Bastante emocionada durante o seu depoimento, Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella Nardoni, chorou em vários momentos diante do júri. E a várias perguntas feitas a ela pela acusação, Jatobá repetiu uma resposta padrão: “Não me recordo”. O depoimento dela já dura duas horas e trinta minutos. (Por SPTV).
25 de março de 2010 às 19:06 Mãe de Isabella vivia infernizando
casal Nardoni, diz Anna Jatobá
A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, afirmou em interrogatório ocorrido no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, que a mãe da menina vivia a “infernizando”. Segundo a acusada de matar a criança, Ana Carolina Oliveira mandava mensagens para o marido, Alexandre Nardoni, que acabava mostrando para a mulher. A madrasta de Isabella acrescentou que a relação mantida com Ana Carolina Oliveira era basicamente via MSN e e-mail. (Por: Luciana Bonadio)
25 de março de 2010 às 18:49 Em interrogatório, Anna Jatobá
trata mãe de Isabella com intimidade
“Carol”. É assim que a acusada de matar Isabella, Anna Carolina Jatobá, tem se referido à mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, durante o interrogatório a respeito da morte da menina, realizado nesta quinta-feira (25) no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. O mesmo tratamento é dispensado a Isabella: quando ela lembra de “Isabella”, diz apenas “Isa”. (Com informações da Globo News e ilustração de Leonardo Aragão/G1)
25 de março de 2010 às 18:36 Anna Jatobá já responde
a perguntas da Promotoria
Após ser questionada pelo juiz Maurício Fossen, Anna Carolina Jatobá é agora alvo de perguntas do promotor Francisco Cembranelli.
O interrogatório da acusação teve início às 18h25. A assistente de acusação Cristina Christo também poderá fazer perguntas.
Depois, será a vez dos defensores do casal Nardoni interrogarem a réu. (Com informações da TV Globo)
25 de março de 2010 às 18:16 Advogado de defesa descarta
acareação com mãe de Isabella
Um dos advogados de defesa do casal Nardoni, Ricardo Martins, descartou na noite desta quinta-feira (25) uma acareação de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni com a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira.
Reintegrado à equipe de defesa na véspera do julgamento, ele informou que não será feito o pedido durante um pequeno intervalo no júri.
Ana Carolina Oliveira está à disposição da Justiça desde segunda-feira, isolada em uma sala do Fórum de Santana, na Zona Norte.
Jatobá é interrogada neste quarto dia de júri. O marido já prestou depoimento. (Por Luciana Bonadio)
25 de março de 2010 às 18:00 Veja animação da perícia que
Nardoni chamou de
‘filminho mentiroso’
Em seu depoimento no júri na tarde desta quinta-feira (25), Alexandre Nardoni classificou de “filminho totalmente mentiroso” a animação elaborada pela perícia com a versão da polícia sobre a morte de Isabella. Reveja reportagem do Fantástico que mostra a animação.
25 de março de 2010 às 17:56 ‘Ciúme é normal em casais
que se amam’, disse Nardoni no júri
Questionado pela assistente de acusação, Cristina Christo, se a madrasta de Isabella era ciumenta, Alexandre Nardoni afirmou que isso “é normal em casais que se gostam”. “Tanto a minha esposa atual como a mãe da minha filha tinham ciúmes, como eu tinha ciúmes delas”, disse. Ele voltou a afirmar que Jatobá “fala alto” e o xingou “uma vez ou outra” durante discussões. “Mas não desse jeito, na gritaria”, completou.
Ainda respondendo a perguntas da assistente de acusação, ele disse que pediu para que Anna Carolina Jatobá ligasse para o sogro e o pai dela assim que descobriram que Isabella havia caído. Também quis que a mulher telefonasse para a mãe da menina, Ana Carolina Oliveira. Cristina perguntou por que ele não ligou para a emergência. “Quando nós descemos, a primeira coisa que eu pensei, no choque, foi em ligar para os meus pais.”
Ele negou ter dito ainda durante o socorro da filha que tinha ladrão no edifício. “Eu imaginei que pudesse ter alguém no prédio”, contou. “Quando estava ajoelhado próximo a ela, a todo momento estava gritando por socorro”, disse. O réu afirmou que Isabella gostava muito de ir para a casa deles e que todas as coisas eram feitas em torno da filha. “A minha esposa tratava a minha filha como o terceiro filho dela.” (Por Luciana Bonadio)
25 de março de 2010 às 17:52 Nardoni disse que policiais
‘bateram na mesa’
e o chamaram de
‘assassino e vagabundo’
Alexandre Nardoni disse em depoimento que investigadores o colocaram em uma sala na delegacia, durante a apuração do crime, “começaram a bater na mesa”, e disseram que Anna Carolina Jatobá tinha “falado tudo”. Alexandre Nardoni afirmou que foi chamado de “assassino e vagabundo” no local. Ele contou que, quanto foi depor no dia 18 de abril de 2008, havia uma foto de Isabella sobre a mesa da delegada Renata Pontes, responsável pela investigação do caso. (Por Luciana Bonadio)
25 de março de 2010 às 17:49 Nardoni disse que seu pai
‘está sendo seguido o tempo todo’
Alexandre Nardoni afirmou, durante o interrogatório, que o pai, Antonio Nardoni, está “sendo seguido o tempo todo”. “Tenho medo de retaliações a mim, minha esposa e meus filhos”, afirmou, fazendo referência à polícia. Segundo ele, a caixa de correio de um dos advogados de defesa do casal, Ricardo Martins, foi “explodida” e o defensor também recebeu cartas com ameaças. Ele atribuiu todas essas suspeitas a policiais que trabalham na delegacia onde o caso foi investigado. (Por Luciana Bonadio)
25 de março de 2010 às 17:39 Anna Jatobá chora
durante interrogatório
A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, chorou durante interrogatório nesta quinta-feira (25). Ela disse que as acusações contra ela e Alexandre são falsas. Alexandre Nardoni acompanha o depoimento da mulher. (Com informações da TV Globo)
25 de março de 2010 às 17:16 ‘Filminho é totalmente mentiroso’,
disse Nardoni sobre animação de peritos
Alexandre Nardoni afirmou, durante interrogatório na tarde desta quinta-feira (25), que a animação feita com base em informações do Instituto de Criminalística (IC) com a conclusão dos peritos é um “filminho completamente mentiroso”. “Não sei de onde criaram essas histórias”, disse. A animação foi reproduzida aos jurados a pedido da defesa, para que Alexandre comentasse alguns pontos.
Ele negou, por exemplo, ter jogado Isabella no chão após chegar ao apartamento. Nardoni também disse que carregava a filha com a mão esquerda, com as pernas caídas para baixo – na simulação, ele entra com a menina apoiada nos dois braços. Ele também afirmou que não poderia ter ficado em pé sobre a cama porque bateria a cabeça no teto. Em alguns momentos, o réu levantou para mostrar alguns detalhes do prédio na maquete, como a entrada de serviço do edifício. “Eu sempre falei a verdade”, afirmou ele em uma das respostas. (Por Luciana Bonadio)
25 de março de 2010 às 17:11 Nardoni e sete testemunhas
já prestaram depoimento;
veja o resumo
Com o fim do interrogatório de Alexandre Nardoni e o início do de Anna Carolina Jatobá, o júri do casal entra em sua reta final. Além deles, sete testemunhas já prestaram depoimento no julgamento dos dois, acusados de matar Isabella.
Veja o resumo dos testemunhos:
1º dia
O primeiro dia foi marcado pelo depoimento emocionado de Ana Carolina Oliveira. Ela chorou por diversas vezes. A primeira delas foi quando se recordou do momento em que encontrou a menina de 5 anos caída na grama do edifício London.
Ana Carolina disse que Alexandre jamais conversou com ela sobre o que ocorreu no apartamento, mesmo durante o velório da menina. Durante o depoimento, a mãe contou detalhes do relacionamento com Nardoni e disse que ele era violento em algumas ocasiões, chegando, inclusive, a jogar o filho no chão uma vez.
2º dia
Na terça, a primeira a depor foi a delegada Renata Pontes, que indiciou o casal. Em seu depoimento, que durou cerca de 4 horas, ela afirmou ter “100% de certeza” de que Anna e Alexandre foram os responsáveis pela morte da menina e detalhou sua atuação na noite do dia 29 de março de 2008.
Ela contou que foi ao edifício e viu Isabella caída no jardim do prédio. “Ela parecia um anjinho”, afirmou a delegada.
O médico-legista Paulo Sergio Tieppo Alves foi a segunda testemunha a ser ouvida na sessão. Alves detalhou todo o processo de necropsia. Ele contestou a ideia de que houve falha na certidão de óbito, em que consta causa nao identificada de morte. De acordo com ele, a maioria dos registros expedidos pelo Instituto-Médico Legal (IML) sai com essa informação até que todos os exames estejam prontos.
O médico disse ainda que a violência ocorrida antes da queda da menina Isabella do sexto andar do edifício London foi mais determinante para a morte do que a própria queda.
O perito criminal baiano Luiz Eduardo de Carvalho Dória foi o último a ser ouvido no segundo dia de julgamento. Arrolado pela assistência de acusação, o perito analisou manchas de sangue encontradas na cena do crime, como em lençóis no quarto de onde Isabella caiu.
Segundo ele, “existem padrões de mancha que permitem estabelecer a altura” da qual ela caiu. De acordo com ele, pela análise é possível concluir que as gotas no local do crime caíram de uma altura superior a 1,25m.
3º dia
No terceiro dia, o julgamento foi reiniciado com o depoimento da perita Rosângela Monteiro. Ela disse que a menina foi ferida antes de entrar no apartamento do casal Nardoni e que já entrou sangrando. A perita afirmou que o sangue encontrado no apartamento era da menina morta.
Ela disse ainda que as marcas da rede de proteção na camiseta de Nardoni evidenciam que foi ele quem atirou a menina pela janela.
Quem também deu depoimento foi o jornalista Rogério Pagnan. Na época da queda de Isabella, ele fez uma entrevista com o pedreiro Gabriel Santos para o jornal “Folha de S.Paulo”, em que ele afirmava que uma pessoa havia arrombado uma obra vizinha ao edifício London na noite do crime.
O depoimento de Pagnan durou cerca de 40 minutos. Enquanto fazia uma demonstração, o jornalista quebrou um pedaço da maquete.
A terceira testemunha a depor foi o escrivão de polícia Jair Stirbulov. Em seu depoimento, ele disse que foi chamado para atender uma ocorrência de roubo seguido de morte e que auxiliou a delegada Renata Pontes nas investigações do crime por 30 dias ouvindo vizinhos e colhendo informações.
Ele foi a última testemunha a ser convocada pela defesa.
4º dia
Alexandre Nardoni foi interrogado nesta quinta-feira. Durante o depoimento, chorou ao falar da filha. “Foi o pior dia da minha vida. Eu perdi tudo de mais valioso. Perdi a noção do que estava acontecendo.” A emoção de Nardoni durante o interrogatório sensibilizou os sete jurados.
Ele disse ainda que a polícia sugeriu que ele assumisse o crime durante as investigações. Nardoni se disse “indignado”, porque, para ele, isso demonstrou que a “a polícia não queria descobrir” o que de fato ocorreu no edifício London, onde Isabella morreu.
25 de março de 2010 às 16:41 Começa depoimento de
Anna Carolina Jatobá;
ela diz que acusações são
‘totalmente falsas’
Teve início às 16h30 desta quinta o depoimento de Anna Carolina Jatobá, que começou o interrogatório negando as acusações contra ela. “São totalmente falsas”, afirmou.
Anna tem a voz embargada e fala muito rápido. O juiz Maurício Fossen, que preside a sessão, teve de intervir algumas vezes pedindo para que ela falasse mais devagar.
Anna Jatobá começou a dar detalhes da rotina da família antes da morte da menina Isabella.
Na quarta, 26 de março de 2008, segundo ela, após uma festa, Isabella pediu que o filho de Jatobá com Nardoni ficasse com ela. “A Isa me pediu de um jeito muito meigo e carinhoso para deixar o Pietro na casa dela.” Ela diz ter conversado com a Ana Carolina Oliveira e ela deixou.
Na sexta, dia 28, Isabella não foi a uma excursão da escola para sair com a avó. “Mas a Ana Carolina me ligou e disse que a Isabella não queria ficar com a avó, mas comigo.”
Anna afirmou, então, que levou à garota ao edifício London. À tarde, disse, foram à piscina, mas começou a ventar e elas subiram.
Segundo ela, Ana Carolina Oliveira ligou para a garota por volta das 14h e perguntou se estava tudo bem.
25 de março de 2010 às 16:29 Termina interrogatório
de Alexandre Nardoni
Terminou por volta das 16h25 o interrogatório de Alexandre Nardoni, acusado de matar a própria filha, Isabella, em março de 2008.
Durante o depoimento, Nardoni chorou ao falar da filha. “Foi o pior dia da minha vida. Eu perdi tudo de mais valioso. Perdi a noção do que estava acontecendo.”
Ele disse ainda que o delegado Calixto Calil Filho sugeriu que ele assumisse o crime durante as investigações. Nardoni se disse “indignado”, porque, para ele, isso demonstrou que a “a polícia não queria descobrir” o que de fato ocorreu no edifício London, onde Isabella morreu. O delegado foi procurado pelo G1 às 15h40 para falar sobre o assunto, pediu para falar mais tarde, mas não atendeu mais às ligações
A emoção de Nardoni durante o interrogatório sensibilizou os sete jurados. Ele afirmou que lutou para que Isabella nascesse.
O depoimento dele teve início às 10h45. Houve uma pausa para almoço e o interrogatório foi retomado às 15h15. Anna Carolina Jatobá não pôde assistir à fala do marido. Ela deverá ser a próxima a prestar depoimento. (Por Kleber Tomaz)
25 de março de 2010 às 16:24 Mãe de Isabella passou
mal neste 4º dia de júri
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, passou mal nesta quinta-feira (25), quarto dia de julgamento do casal Nardoni.
Ainda isolada em uma sala do Fórum de Santana, na Zona Norte, no mesmo andar onde Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são julgados pela morte de sua filha, ela teve um mal estar e teve de ser atendida por um médico.
Ela está desde segunda-feira incomunicável após pedido da defesa. Assim que terminou um depoimento emocionado, Ana Carolina Oliveira foi levada à sala.
A mãe de Isabella ainda pode ser solicitada para uma acareação com os réus. (Por Débora Miranda)
25 de março de 2010 às 16:00 Defesa começa a interrogar
Alexandre Nardoni
A defesa dos acusados de matar Isabella começou a questionar Alexandre Nardoni às 15h35. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, a assistência de acusação terminou de interrogar o réu às 15h30. A previsão é que Anna Carolina Jatobá comece a ser ouvida após a defesa terminar as perguntas a Alexandre. (Por: Kleber Tomaz)
25 de março de 2010 às 15:53 Nardoni: pensam que minha
mulher está nervosa
porque ela fala alto
Perguntado pelo juiz Maurício Fossen como era o seu relacionamento com Anna Jatobá, Alexandre Nardoni disse que era normal e que os dois tinham brigas normais de casal. “Por exemplo, eu queria jogar futebol e ela não queria que eu fosse”, afirmou. E emendou: “A Jatobá fala muito alto. Então, às vezes, as pessoas pensam que ela está gritando, está nervosa.”
25 de março de 2010 às 15:46 Juiz repreende irmã
de Alexandre durante
julgamento
O juiz Maurício Fossen, que preside o julgamento do casal Nardoni, repreendeu a irmã de Alexandre, Cristiane Nardoni, após a jovem se comunicar com o acusado de matar Isabella. Logo após o juiz decretar recesso para o almoço, às 13h34, Cristiane se levantou e falou alto, em direção ao irmão: “Força, Alê”. Fossen, então, afirmou: “Vou repetir que não quero manifestação da plateia nem dos parentes.” O júri foi retomado apenas às 15h15.
25 de março de 2010 às 15:24 Após almoço,
julgamento é retomado
O julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar Isabella Nardoni em 2008, foi retomado às 15h15 desta quinta-feira (25), após mais de uma hora de almoço. O júri retorna com a assistência de acusação interrogando Alexandre. (Por: Débora Miranda)
25 de março de 2010 às 14:50 Advogado reintegrado à
equipe de defesa está
na sala do júri
O advogado Ricardo Martins, reintegrado à equipe de defesa no primeiro dia de julgamento do casal Nardoni, acompanha o interrogatório de Alexandre dentro da sala do júri nesta quinta-feira (25).
Ele está no lugar que vinha sendo ocupado pela advogada e perita Roselle Soglio.
A convite do advogado Roberto Podval, Martins, que chegou a defender Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá logo no início das investigações, em março de 2008, ajuda nessa fase decisiva.
Ele chegou a falar no início da semana que se não tivesse trabalhado no processo e tivesse somente assistido ao que foi televisionado, também tenderia a condenar o casal. (Por Kleber Tomaz)
25 de março de 2010 às 14:46 Público já organiza lista
para assistir a fim do julgamento
A disputa por um lugar no plenário do Tribunal do Júri (TJ) para assistir à sentença do casal Nardoni, acusado de matar a menina Isabella, já começou. As pessoas que estão na fila desde a madrugada desta quinta-feira (25) e que não conseguiram entrar já estão organizando uma lista para definir quem terá direito de entrar na sessão de sexta-feira (26), quando se espera o fim do julgamento de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá. Até as 14h40 desta quinta, 26 nomes figuravam na lista. Pelas regras do TJ, a cada turno dos depoimentos até 20 pessoas podem ter acesso ao plenário do Fórum de Santana, na Zona Norte. (Por Juliana Cardilli)
25 de março de 2010 às 14:42 ‘Foi o pior dia da minha vida’
disse Nardoni, sobre morte de Isabella
Durante o seu depoimento, Alexandre Nardoni afirmou que o único contato que teve com a Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, foi junto ao corpo da menina, quando ela chegou no prédio e pergunto para ele o que havia acontecido, na noite de 29 de março de 2008. Em seguida, ele disse que todos seguiram para a Santa Casa de Misericórdia, no Centro, para onde Isabella foi levada.
Alexandre Nardoni chorou bastante quando contou o momento em que a médica confirmou a morte de sua filha. Neste momento, ele disse: “Foi o pior dia da minha vida. Eu perdi tudo de mais valioso. Perdi a noçao do que estava acontecendo”. Depois, completou, ainda chorando muito: “Minha princesinha estava ali e logo eu que lutei tanto por ela desde o começo”.
25 de março de 2010 às 14:34 Ironia de promotor gera
discussão com defesa de Nardoni
Um comentário irônico do promotor Francisco Cembranelli provocou uma discussão com o advogado de defesa do casal, Roberto Podval, obrigando o juiz Maurício Fossem a intervir e até a repreendê-los. O promotor questionou Alexandre Nardoni se ele havia tentado passar a cabeça pelo buraco na tela da janela da qual Isabella foi jogada na noite de 29 de março de 2008. O pai da menina disse que “não dava”. “A sua cabeça tem meio metro, por acaso?”, perguntou de forma irônica, então, o promotor.
A reação tanto do juiz quanto da defesa foi imediata. “O senhor faça a pergunta de forma objetiva, senão vou indeferi-la”, disse o juiz. “Faça o que é a sua obrigação”, afirmou Podval. O juiz, então, disse que se as partes – acusação e defesa – partissem para xingamento, iria retirar a palavra de ambos. Em seguida, indeferiu a pergunta do promotor. “Pela ironia”, justificou. Em seguida, Nardoni foi questionado se tem conhecimento de que o zelador continua trabalhando no edifício London. “Estou preso há dois anos, não tenho essa informação”, declarou Nardoni. (por Kleber Tomaz)